Próximo presidente terá que recuperar a indústria, diz Belluzzo
O professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Gonzaga Belluzzo disse que o problema da indústria vai ser o maior a ser enfrentado pelo eleito para a Presidência do país, na próxima eleição. Belluzzo fez na noite desta segunda-feira a palestra "Diagnóstico da economia brasileira e recomendações para o próximo presidente", na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).
"Nós caímos no conto de que a manufatura não tinha importância. O Brasil está abrindo mão da sua manufatura, esse é um problema estrutural da economia brasileira e é o maior problema que o próximo presidente vai ter que enfrentar", destacou.
"Como mudar a orientação da política economia, de modo a recuperar e promover um processo de industrialização, mesmo que em bases modestas do ponto de vista temporal [vai ter que esperar um pouco para haver reação] de modo que o Brasil não se transforme simplesmente em um produtor de commodities?", acrescentou.
Belluzzo disse também que o próximo presidente terá que enfrentar reformas institucional e política. "O país é uma bagunça institucional", afirmou, citando, por exemplo, a dificuldade para se fazer investimentos. "Um empresário não sabe se, quando for construir, se não vai vir alguém do Ministério Público impedindo a obra", destacou. "O Brasil é um país travado", acrescentou.
Como comparação, Belluzzo citou que os chineses derrubaram mais de 400 cláusulas administrativas que geravam obstáculos à decisão do investimento. "O próximo presidente precisa levar essa discussão adiante. Você tem que fazer uma reforma institucional, mas também uma reforma política porque nenhum país pode funcionar com 30 e tantos partidos. Isso é antidemocrático", destacou.
Belluzzo apontou ainda que o país vive uma desaceleração muito forte e isso pode levar à recessão econômica (quando a economia registra dois trimestres consecutivos de crescimento negativo no PIB).
Ele citou entre os principais fatores para essa situação o desempenho do setor industrial, que apresenta uma queda relevante de produção, principalmente o setor automotivo, que iniciou demissões.
Belluzzo disse que segue o filósofo italiano Antonio Gramsci ao fazer essa análise. Ou seja, você precisa ter pessimismo na razão e otimismo na ação. Para ele, a equipe econômica do governo fez o contrário: teve muito otimismo na razão e pessimismo na ação "porque não conseguiram fazer o que tinham que fazer". "É o que consigo apanhar nos meus radares: a economia está desacelerando muito forte", disse.
O economista destacou que há de fato uma desaceleração do consumo, modelo que chegou a um limite pelo próprio tipo de bem - que não se troca a toda hora - que esse modelo financia, como são, por exemplo, os carros. Além disso, citou que se atingiu o limite também no nível de endividamento das famílias, já muito alto.
"Nós caímos no conto de que a manufatura não tinha importância. O Brasil está abrindo mão da sua manufatura, esse é um problema estrutural da economia brasileira e é o maior problema que o próximo presidente vai ter que enfrentar", destacou.
"Como mudar a orientação da política economia, de modo a recuperar e promover um processo de industrialização, mesmo que em bases modestas do ponto de vista temporal [vai ter que esperar um pouco para haver reação] de modo que o Brasil não se transforme simplesmente em um produtor de commodities?", acrescentou.
Belluzzo disse também que o próximo presidente terá que enfrentar reformas institucional e política. "O país é uma bagunça institucional", afirmou, citando, por exemplo, a dificuldade para se fazer investimentos. "Um empresário não sabe se, quando for construir, se não vai vir alguém do Ministério Público impedindo a obra", destacou. "O Brasil é um país travado", acrescentou.
Como comparação, Belluzzo citou que os chineses derrubaram mais de 400 cláusulas administrativas que geravam obstáculos à decisão do investimento. "O próximo presidente precisa levar essa discussão adiante. Você tem que fazer uma reforma institucional, mas também uma reforma política porque nenhum país pode funcionar com 30 e tantos partidos. Isso é antidemocrático", destacou.
Belluzzo apontou ainda que o país vive uma desaceleração muito forte e isso pode levar à recessão econômica (quando a economia registra dois trimestres consecutivos de crescimento negativo no PIB).
Ele citou entre os principais fatores para essa situação o desempenho do setor industrial, que apresenta uma queda relevante de produção, principalmente o setor automotivo, que iniciou demissões.
Belluzzo disse que segue o filósofo italiano Antonio Gramsci ao fazer essa análise. Ou seja, você precisa ter pessimismo na razão e otimismo na ação. Para ele, a equipe econômica do governo fez o contrário: teve muito otimismo na razão e pessimismo na ação "porque não conseguiram fazer o que tinham que fazer". "É o que consigo apanhar nos meus radares: a economia está desacelerando muito forte", disse.
O economista destacou que há de fato uma desaceleração do consumo, modelo que chegou a um limite pelo próprio tipo de bem - que não se troca a toda hora - que esse modelo financia, como são, por exemplo, os carros. Além disso, citou que se atingiu o limite também no nível de endividamento das famílias, já muito alto.
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